Houve um tempo, não muito distante, em que a internet era um espaço mais descentralizado e livre. Não havia muitas redes sociais e as que existiam não prendiam os usuários dentro de suas plataformas como fazem hoje. O usuário comum da internet frequentemente tinha um blog pessoal ou um site no GeoCities (hoje em dia, temos o Neocities.org), onde experimentava com HTML e compartilhava seus pensamentos e criações.
O verdadeiro poder da internet reside na sua natureza descentralizada. Nos primeiros dias, fóruns eram abundantes, cobrindo uma ampla gama de interesses, desde Tolkien e a Terra-média até discussões sobre comunismo. As pessoas participavam ativamente, criavam conteúdo e se envolviam em diálogos significativos. Hoje, grande parte disso foi substituído pelo domínio monopolista dos gigantes das redes sociais, reduzindo os usuários a meros consumidores de conteúdo.
As plataformas de mídia social mudaram drasticamente o panorama da internet. O usuário comum agora é semelhante ao gado, gerando visualizações e engajamento para plataformas que lucram com anúncios. Essas corporações coletam e vendem informações pessoais, transformando os usuários em produtos. O senso de propriedade e conexão pessoal com a presença online diminuiu.
Curiosamente, até mesmo os ambientes acadêmicos não estão imunes a essa mudança. Alunos e professores frequentemente se veem como deuses do conhecimento simplesmente porque têm acesso ao Google Acadêmico. No entanto, a necessidade de uma disseminação mais ampla e horizontal do conhecimento permanece. A descentralização da internet deve ser um movimento de base, impulsionado por usuários comuns aprendendo a criar conteúdo fora das redes sociais e sites monopolistas.
Para a geração mais jovem, é essencial entender que houve um tempo em que a internet incentivava a criatividade e a produção de conteúdo independente. As pessoas precisam reaprender a produzir, em vez de apenas reproduzir e compartilhar. Sites pessoais, blogs e fóruns ofereciam conteúdo único e personalizado, um contraste marcante com os feeds uniformes das redes sociais de hoje.
Devemos nos esforçar para reviver esse espírito da web antiga. Incentivar os usuários a aprender o básico de HTML e criar sites pessoais pode restaurar um senso de individualidade e criatividade. Plataformas como Neocities oferecem uma oportunidade fantástica para recuperar essa independência.
Os fóruns eram o coração das comunidades online, oferecendo espaços para discussões profundas e troca de ideias. Hoje, os fóruns estão quase extintos, com apenas alguns sobrevivendo em áreas específicas como 4chan. Trazer de volta os fóruns pode fomentar uma experiência online mais envolvente e enriquecedora.
O chamado à ação é claro: precisamos educar e capacitar os usuários comuns a criar conteúdo além dos sites monopolistas. Ensinar os fundamentos do HTML e da criação de sites, promover o uso de plataformas como Neocities e incentivar a participação em fóruns pode descentralizar a internet mais uma vez.
A internet não precisa ser uma ferramenta para exploração por corporações; ela pode voltar a ser uma tela para expressão individual e uma plataforma para conexões significativas. É hora de dar os primeiros passos rumo a essa transformação, começando com cada um de nós.
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