Resumo: Este artigo examina as características econômicas dos regimes fascistas e nazistas, explorando as privatizações e a manutenção da economia baseada na propriedade privada. Também são discutidas as diferenças fundamentais entre o fascismo, os modelos socialistas coletivistas e o liberalismo econômico.
O fascismo e o nazismo são regimes autoritários que combinaram o controle estatal com a manutenção de uma economia capitalista. Em contraste com os modelos socialistas, que preconizam a socialização dos meios de produção, e o liberalismo, que favorece o livre mercado e a mínima intervenção estatal, esses regimes mantiveram a propriedade privada enquanto exerciam forte controle estatal sobre a economia.
Tanto o fascismo quanto o nazismo mantiveram a propriedade privada dos meios de produção, mas o Estado exercia um controle significativo sobre a economia. A intervenção estatal direcionava a produção, regulava salários e preços, mas os lucros ainda eram destinados aos proprietários privados, diferenciando-se, assim, dos modelos socialistas.
Embora vistos como regimes intervencionistas, o fascismo e o nazismo implementaram grandes privatizações, especialmente no início de sua ascensão. Empresas e serviços públicos foram transferidos para o setor privado, o que serviu tanto para obter apoio das elites empresariais quanto para evitar a responsabilidade direta de administrar a economia.
O fascismo italiano implementou o conceito de corporativismo, organizando a economia em corporações que representavam tanto trabalhadores quanto empregadores, sob supervisão do Estado. Essa colaboração forçada tinha como objetivo eliminar conflitos entre as classes e promover a "harmonia social", embora favorecesse os interesses empresariais em detrimento dos trabalhadores.
Os regimes fascistas e nazistas mobilizaram a economia para atingir objetivos políticos, como a preparação para a guerra. A produção foi direcionada para o setor bélico e outros aspectos estratégicos que garantiriam a expansão e o fortalecimento do Estado.
Apesar de, em alguns momentos, adotarem retórica anticapitalista, os regimes fascistas eram fortemente antissocialistas e anticomunistas. Perseguiram movimentos de esquerda e dissolveram sindicatos independentes, promovendo o controle estatal dos sindicatos dentro da estrutura corporativa.
No fascismo, a economia é capitalista, com propriedade privada, mas o Estado intervém de maneira autoritária. A colaboração entre patrões e empregados é forçada e supervisionada pelo governo, com o objetivo de eliminar conflitos de classe e mobilizar a economia para os interesses do Estado.
O socialismo preconiza a propriedade coletiva ou estatal dos meios de produção. A economia é organizada para o bem-estar coletivo e não para o lucro privado. As indústrias e os recursos são administrados pelo Estado ou por cooperativas, com foco na distribuição equitativa dos recursos.
No liberalismo econômico, o mercado é o regulador principal da economia, com pouca intervenção estatal. A propriedade privada é essencial e a busca pelo lucro individual é o motor do crescimento econômico. O Estado tem um papel mínimo, limitando-se a garantir a livre concorrência e a proteção da propriedade privada.
Os regimes fascistas e nazistas se distinguem por suas combinações de intervenção estatal e manutenção do capitalismo. Diferentemente do socialismo, que busca a socialização dos meios de produção, e do liberalismo, que favorece o livre mercado, o fascismo manteve a propriedade privada, mas subordinou a economia aos interesses políticos do Estado. Isso os coloca em uma posição intermediária entre o controle estatal total e o liberalismo econômico.